Como Abrir um Negócio

sexta-feira, abril 08, 2011

Como Abrir - Montar uma Fábrica de pipoca doce

Fábrica de pipoca doce

Apresentação do Negócio

A pipoca é um ótimo acompanhante nos momentos de lazer. Assistir a um filme no cinema ou na televisão em casa saboreando a pipoca são algumas das diversões preferidas de muitos brasileiros. Seja feita emmicroondas ou estourada direto na panela, salgada ou doce, é um alimento que agrada a todos independente da faixa etária.

Ninguém sabe ao certo a origem da pipoca, sabe-se que ela surgiu no continente Americano há mais de mil anos. Os primeiros europeus que chegaram ao continente descreveram a pipoca, desconhecida para eles, como um salgado à base de milho usado pelos índios tanto como alimento quanto como enfeite para o cabelo. Sementes de milho usadas para fazer pipoca foram encontradas por arqueólogos não só no Peru, como também no Estado de Utah, nos Estados Unidos, o que sugere que ela fazia parte da alimentação de vários povos americanos. Sabe-se que inicialmente os índios preparavam a pipoca com a espiga inteira sobre o fogo. Depois, eles passaram a colocar só os grãos sobre as brasas - até inventarem um método mais sofisticado: cozinhar o milho numa panela de barro com areia quente.

O princípio é sempre o mesmo: fazer o grão de milho explodir. O interior do grão está cheio de água, que, sob calor intenso, se expande até fazê-lo explodir. Popular no mundo inteiro, a pipoca contém alta quantidade de proteína, além de sais minerais importantes para a nutrição, como ferro e cálcio.

Segundo informações disponibilizadas no site:< http://mundoestranho.abril.com.br/cinematv/pergunta_287978.shtml>, a pipoca já era vendida em feiras e parques nos Estados Unidos no século 19. No fim desse período, surgiram os primeiros cinemas americanos, e, com eles, vieram os ambulantes e seus carrinhos com pipoca e outros lanchinhos como o Cracker Jack, caramelo revestidos com pipoca ou amendoim. No começo, os donos dos cinemas torciam o nariz e achavam que a pipoca distraía os espectadores dos filmes.

Por volta de 1920, os cinemas chamaram os ambulantes para vender pipoca dentro de seu espaço. Com o aperfeiçoamento de máquinas elétricas de fazer pipoca, como as do americano Charles T. Manley, os cinemas abririam suas próprias lanchonetes para vender o petisco. A venda de pipoca, barata, sobreviveu até à Grande Depressão, crise econômica que abalou os Estados Unidos nos anos 30.

Iniciar um negócio de fabricação de pipocas, seja ela salgada ou doce não é tão fácil como pensamos. De fato, há uma extensa legislação que regula as boas práticas para a produção dos alimentos, além de uma forte concorrência direta e gargalos restritivos para a distribuição e comercialização. Contudo, tais dificuldades são compensadas por um elevado consumo.

Nos cinemas multiplex, com várias salas em um mesmo lugar, o comércio de pipoca, refrigerante e companhia responde por boa parte dos recursos arrecadados. Hoje, nos Estados Unidos, as vendas de pipoca chegam a 45% dos lucros dos cinemas! Os americanos consomem, por ano, 15,12 bilhões de litros de pipoca, cerca de 51 litros por pessoa. No Brasil, são 80 mil toneladas anualmente.

De acordo com a Gazeta Mercantil (2009), observa-se também que o segmento se popularizou com a demanda das novas salas de cinema multiplex, de empresas como Cinemark, Severiano Ribeiro e UCI. O multiplex, já representam quase a metade das cerca de 2 mil salas de cinema do País.

Nesta "Idéia de Negócio" serão apresentadas informações importantes para o empreendedor que tem intenção de investir em uma fábrica de pipoca doce. Entretanto, este documento não substitui o Plano de Negócios, que é imprescindível para iniciar um empreendimento com alta probabilidade de sucesso. Para a elaboração do Plano de Negócio, deve ser consultado o SEBRAE mais próximo.

Fábrica de pipoca doce

Mercado

Apesar do ataque ininterrupto de nutricionistas, endocrinologistas, cardiologistas, personal trainers e outros especialistas, o mercado alimentício em geral, as guloseimas, apresentam um elevado crescimento.

Este aumento do consumo vem acompanhado de novos costumes. Nuances no paladar, riqueza de sabores (flavours) e degustação de novidades são as novas tendências valorizadas no lugar da simples comilança em grandes quantidades, sem o devido apreço pela qualidade dos ingredientes.

Outra novidade do setor são os sabores doces com menos teor de açúcar, apresentados de formas variadas em designers coloridos e tamanhos reduzidos. Os consumidores mais atentos já perceberam que altas doses de açúcar escondem o verdadeiro sabor do produto e os fabricantes estão investindo nos produtos lights.

Atualmente, a indústria de alimentos vive uma fase de concentração, com 10 companhias distribuidoras controlando 24% do mercado mundial. O setor faturou R$ 178,5 bilhões, o equivalente a 7,68% do PIB.

O mercado de pipocas, de maneira em geral, no Brasil é o segundo maior do mundo, com um consumo de 80 mil toneladas por ano. Só perde para os Estados Unidos, que consomem em torno de 400 mil toneladas anuais (Gazeta Mercantil, 2009).

O período de festas juninas concentra grande parte das vendas e é quando as empresas aproveitam para apresentar os novos produtos com novos sabores ou 0% de gorduras trans e de colesterol. Neste período as vendas crescem de três a quatro vezes em média nos supermercados, puxadas pelas festas e frios. O mercado brasileiro, diz Gabriel João Cherubini, executivo da Popping York, movimenta cerca de R$ 160 milhoes por ano e tem crescido de 8% a 10% nos últimos anos.

O principal entrave no Brasil está ligado aos fornecedores do principal insumo, o milho para pipoca, pois, o cultivo comercial do milho para pipoca ainda é limitado no Brasil. Para que haja ampliação do cultivo no Brasil dois fatores são importantes. Primeiro, há necessidade de obtenção de novas cultivares que tenham boa adaptação, produtividade e elevada capacidade de expansão. Segundo, é necessário que o agricultor brasileiro utilize tecnologias mais adequadas de colheita, secagem, beneficiamento e armazenagem dos grãos de pipoca para manter as qualidades potenciais do produto.

Devido ao risco intrínseco ao negócio, recomenda-se a realização de ações de pesquisa de mercado para avaliar a demanda e a concorrência. Seguem algumas sugestões:

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      Pesquisa em fontes como prefeitura, guias, IBGE e associações de bairro para quantificação do mercado alvo;
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      Pesquisa a guias especializados e revistas sobre pipocas. Trata-se de um instrumento fundamental para fazer uma análise da concorrência, selecionando concorrentes por bairro, faixa de preço e especialidade;
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      Visita aos concorrentes diretos, identificando os pontos fortes e fracos dos estabelecimentos que trabalham no mesmo nicho;
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      Participação em seminários especializados.



      Como Abrir - Montar uma Fábrica de pipoca doce

      Estrutura

      Para uma fábrica de pipocas doces, sugere-se uma área de 150 m², composta por cozinha, área de armazenagem, escritório e banheiro. A disposição dos equipamentos deve estar de acordo com o processo produtivo, reduzindo o trânsito desnecessário dos funcionários.

      O acabamento interno precisa ser de fácil limpeza e manutenção, durável e resistente ao uso intenso. As paredes devem ser pintadas com tinta acrílica lavável. O forro é preferencialmente branco, pois identifica a sujeira com maior facilidade. Pode ser gesso pintado com acrílico acetinado, lambri pintado com esmalte branco ou forro de PVC. O forrinho de PVC se torna bastante lavável, ideal para cozinha.

      O local de trabalho deve ser limpo e organizado, pois a sujeira acumulada propicia a proliferação de micróbios. O piso, a parede e o teto devem estar conservados e sem rachaduras, goteiras, infiltrações, mofos e descascamentos as cores das paredes, piso e tetos devem ser de cor branca para que seja fácil detectar as sujeiras que podem ocorrer quando se trata da manipulação dos alimentos. Os pisos devem ser preferencialmente frios, ou seja, pisos cerâmicos lisos e sem desenhos, com porosidade antiderrapante e resistência para alto tráfego (carga pesada ou PI-5), rejuntados com produto adequado.

      Sempre que possível, deve-se aproveitar a luz natural. No final do mês, a economia da conta de luz compensa o investimento. Luminárias e lâmpadas erradas podem proporcionar efeitos indesejados como distorcer formatos, gerar sombras ruins, escurecer alguns pontos, criar uma atmosfera desagradável

      Os funcionários devem apresentar condições físicas adequadas ao desempenho de suas atividades, em ambiente arejado, limpo, claro e dentro das normas de segurança pré-estabelecidas pelo Corpo de Bombeiros.

      Para impedir a entrada e o abrigo de insetos, roedores e outros animais, as janelas devem possuir telas. Os objetos sem utilidade devem ser retirados das áreas de trabalho. O local deve ser mantido bem iluminado e ventilado e as lâmpadas protegidas contra quebras. A área ao redor da fábrica deve ser mantida limpa, o matagal deve ser retirado do tereno.

      As caixas de gordura e de esgoto devem estar localizadas fora das áreas de preparo e de armazenamento de alimentos. As superfícies que entram em contato com os alimentos, como bancadas e mesas, devem ser mantidas em bom estado de conservação, sem rachaduras, trincas e outros defeitos.

      Os produtos de limpeza não podem ser guardados juntamente com os alimentos. Eles devem conter no rótulo o número do registro no Ministério da Saúde ou a frase “Produto notificado na Anvisa”. A limpeza do ambiente é importante para prevenir e controlar baratas, ratos e outras pragas. Os venenos devem ser aplicados somente quando necessário e sempre por empresa especializada.

      O lixo, além de atrair insetos e outros animais para a área de preparo dos alimentos, é o meio ideal para a multiplicação de micróbios patogênicos. Por isso, a cozinha deve ter lixeiras de fácil limpeza, com tampa e pedal, e o lixo deve ser retirado para fora da área de preparo de alimentos em sacos bem fechados. Após o seu manuseio, deve-se lavar as mãos.

      Profissionais qualificados (arquitetos, engenheiros, decoradores) podem ajudar a orientar em questões sobre ergometria, fluxo de operação, design dos móveis, iluminação, ventilação, etc.

      Fábrica de pipoca doce

      Equipamentos

      A disposição dos equipamentos é importante para a integração das atividades do estabelecimento. Portanto, ao fazer o layout da cozinha, o empreendedor deve levar em consideração a ambientação, decoração, circulação, ventilação e iluminação. Na área externa, deve-se atentar para a fachada, letreiros, entradas, saídas e estacionamento.

      Os equipamentos necessários para produção de pipocas doces, área administrativa e espaço destinado a vendas são basicamente estes:

      •    Fogão industrial (seis bocas);

      •    Bancada;

      •    Mesa de trabalho;

      •    Geladeira;

      •    Freezer;

      •    Prateleiras;

      •    Armários;

      •    Máquinas de estourar (canhões);

      •    Melaceadores ou Drajeadeiras;

      •    Silos;

      •    Máquina empacotadeira;

      •    Peneira vibratória;

      •    Secador;

      •    Envasamento;

      •    Esteira de transferência;

      •    Tanque de mescla;

      •    Transporte pneumático;

      •    Balança;

      •    Mesa e cadeiras de escritório;

      •    Telefone;

      •    Fax;

      •    Calculadora;

      •    Computador;

      •    Impressora;

      •    Material de escritório em geral;

      •    instalações industriais diversas;

      •    Veículo utilitário.

      Fábrica de pipoca doce

      Pessoal

      O quadro de pessoal dependerá das perspectivas do empreendedor, já que estes elementos são inerentes de cada empresário. Vale observar que devem ser avaliadas as condições mínimas necessárias para realizar a produção das pipocas doces, a recepção e o atendimento aos clientes. Segue abaixo um quadro estimado para o início das atividades:

      Mão-de-obra necessária :

      •    4 operadores de canhão;

      •    8 operadores de drajeadeiras;

      •    4 empacotadores;

      •    1 motorista, 1 ajudante, 1 auxiliar administrativo;

      •    1 gerente (proprietário).

      Com este quadro mínimo acredita-se que seja possível viabilizar o início produtivo e de vendas de pipocas doces. O horário de funcionamento e o comportamento de vendas podem exigir a contratação de mais funcionários. Esta expansão do negócio precisa ser planejada conforme o aumento do faturamento.

      O atendimento é um item que merece a maior preocupação do empresário, já que nesse segmento de negócio há uma tendência ao relacionamento de longo prazo com os canais de distribuição.

      A contratação de um profissional da área de alimentos pode ajudar a criar um padrão de sabor e qualidade das pipocas doces, de forma que um lote não seja diferente de outro. A qualificação de profissionais aumenta o comprometimento com a empresa, eleva o nível de retenção de funcionários, melhora a performance do negócio e diminui os custos trabalhistas com a rotatividade de pessoal. O treinamento dos colaboradores deve desenvolver as seguintes competências:
          o                Capacidade de percepção para entender e atender as expectativas dos clientes;
          o                Agilidade e presteza no atendimento;
          o                Capacidade de apresentar e vender os produtos da fábrica, expandindo o consumo médio por canal;
          o                Motivação para crescer juntamente com o negócio.

       O empreendedor deverá participar de cursos direcionados ao seu ramo de negócio, para manter-se atualizado e sintonizado com as tendências do setor.

      É importante lembrar, do ponto de vista legal, ao empreendedor que se deve estar atento para a Convenção Coletiva do Sindicato dos Trabalhadores nessa área, utilizando-a como balizadora dos salários e orientadora das relações trabalhistas, evitando, assim, conseqüências desagradáveis. O Sebrae da localidade poderá ser consultado para aprofundar as orientações sobre o perfil do pessoal e o treinamento adequado.

      Fonte:

      http://www.sebrae.com.br/

      Procure o Sebrae mais próximo para maiores informações. O Sebrae é o ponto de apoio para micro e pequenos empreendedores.

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